terça-feira, 16 de março de 2010

Antonio Manuel

EXPOSIÇÃO DE ANTONIO MANUEL
(de zero às 24 horas nas bancas de jornais)

O texto acima é a manchete na primeira página do suplemento de cultura de O Jornal. O texto abaixo estava na capa do suplemento:

Antonio Manuel é um artista plástico que se tornou conhecido por suas propostas ousadas.
A mais conhecida, a mais comentada entre todas, aconteceu em 1970, quando ele resolveu que seu próprio corpo seria a obra. E o exibiu para um público entre curioso, divertido e estupefato.
Agora, Antonio Manuel surge com outra proposta: está esgotadao o ciclo das artes plásticas em galerias, em museus: se a arte, essencialmente, deve estar voltada para o público, para a massa, só terá sentido se feita através de um veículo de massa, de comunicação de massa.
A partir dessa premissa, resolveu ele cancelar a exposição que deveria ter sido aberta anteontem no Museu de Arte Moderna do Rio, para que um jornal - O JORNAL, no caso - fosse a exposição. Um jornal-exposição. Uma exposição que só dura 24 horas, o tempo que dura um jornal nas bancas. É essa a proposta de Antonio Manuel. Que O JORNAL transmita ao público. Para que ele decida.


De zero às 24 horas, 58 x 42 cm, 15 de julho de 1973
Uma exposição proibida no MAM, 1973, época pesada, censura & loucura. Pegar então a exposição censurada, transformá-la em material iconográfico, juntar uns textos, criar uma estrutura de jornal, inventando assim um novo suporte para expor os trabalhos proibidos. Conseguir, por fim, que O Jornal publicasse o resultado num caderno de seis páginas, fazendo com que a exposição funcionasse independente de museu, ditadura, censura etc... Durando 24 horas, o tempo de duração de um jornal.
(texto de Antonio Manuel, do livro publicado pela Funarte)

4 comentários:

Cintia de Sá disse...

Quando foi publicado esse jornal exposição?

amir brito cadôr disse...

Oi Cintia,

A exposição ocupou todo o suplemento cultural do jornal carioca "O JORNAL", em 1973. Não sei dizer em que dia circulou.

[s]

Cintia de Sá disse...

Muito curioso, Amir... como ele conseguiu burlar a censura? Esse jornal circulava em que cidade? Não devia ser muito visado pelos censores.

amir brito cadôr disse...

Acho que era no Rio de Janeiro mesmo, não tenho muita informação a respeito.
[s]