terça-feira, 29 de setembro de 2009

Ulises Carrión



For Fans and Scholars Alike
Visual Studies Workshop Press, 1987
92 páginas, tiragem de 200 exemplares


Este livro é do gênero de livros auto-conscientes, suas páginas são compostas por pontuação e marcas abstratas, ilegíveis. O livro cria um grupo de páginas estruturadas, mas sua função é chamar a atenção para estas estruturas, mais do que usá-las de modo funcional. Há um curto-circuito na comunicação.
This book is in the genre of self-conscious codex, its pages are layout templates populated with punctuation and abstract, not quite legible marks. The book creates a set of structured pages, but their function is to call attention to such structures, rather than to use them in a vehicular way. The communication cycle is short-circuited. Carrión is intent upon showing the graphic language of book form and appreciating the aesthetic and rhetorical properties of these forms. Thus the call to attention for both fans and scholars, those who love the book form and those who use it. Carrión's output was limited, and his life brief, and the well-realized perfection of this small work makes it a reference point for work in the book format that references books as subject and object. (Johanna Drucker, no site artistsbooksonline. Outras imagens do livro estão disponíveis neste site.)

Pocket mod



Este vídeo ensina como fazer um livro de oito páginas utilizando apenas uma folha de papel cortada e dobrada.

domingo, 27 de setembro de 2009

Damien Correll

Yale University Art Gallery - Fall 2008
Este cartaz tem apenas duas cores de impressão, mas parece ter muito mais: o branco do fundo torna-se figura em alguns momentos. Repare que o "R" da palavra ART é a sombra projetada do "A".

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Robert Sabuda

Esta é uma bela edição do conhecido livro do Lewis Carroll, Alice no País das Maravilhas. O encanto fica por conta dos pop-ups do Robert Sabuda, que gentilmente ensina, passo-a-passo, como fazer pop-ups. Esta foi a descoberta da semana.

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Kim Beck



Este pequeno livro da Kim Beck utiliza 25 tons de verde para criar este efeito de ervas daninhas que invadem as páginas de um guia.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Ganesha


Caligrafia com os vários nomes de Ganesha
Ganesha é o filho de Shiva e Parvati. Conhecido como a incorporação da sabedoria, é descrito como o escriba que recebeu o texto do Mahabharata ditado pelo sábio Vyasa. É aceito como o deus do aprendizado e patrono da escrita. (informações, em inglês neste site sobre hinduísmo)

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Encarte Lei Seca








ENCARTE LEI SECA, 1979

Carlos Fajardo
Gabriel Borba
Julio Plaza
Leonhard Duch
Mauricio Fridman
Regina Silveira
"Este é um envelope de folhas soltas, com obras visuais, de artistas plásticos brasileiros. Consegui este álbum no inicio dos anos 1980, mas não tenho a data precisa. Pode ser 1976, pois há uma obra com esta data. Calculo circa 1980. Trata-se de Poesia visual? Artes Plásticas? Arte Conceitual? Não sei dizer direito, sei que na época curti e ainda gosto. É meio artesanal e meio impresso. Explico. Uma parte está previamente impresso, e a outra parte é intervenção do artista. Por exemplo o fósforo queimado foi queimado de fato e colado com fita na folha, pelo Julio Plaza". (o gramatologia contando com a colaboração dos arquivos incríveis de João Antonio de Almeida)

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Kiyomasu Torii

Kamisuki Juro, 1715, woodblock print
Published by Nakajimaya Isaemon.
Kiyomasu Torii (1697-1722). Entre une scène tournée vers les jeux et les personnages, l'écriture verticale se confondrait presque avec les traits formant les deux joueurs. Composition et écriture se confondent. (François Almaleh)

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Laura Ruggeri


FIORI D'INVERNO, theatrical season 2000
calligram and book cover

Descobri hoje um ótimo blog sobre o uso de caligramas em peças de design gráfico, o blog é da italiana Laura Ruggeri, autora dos cartazes.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Ivens Machado

Cadernos nº1 e nº3, 1974/1979
Galeria Saramenha


“Os desenhos de Ivens – 1974 – reproduzem fielmente, em uma primeira olhada, as
pautas de um caderno. A atividade de desenhar reduz-se à monotonia do gesto que
organiza o espaço segundo as exigências da escritura. A folha é ocupada em sua
totalidade, conforme o ponto de vista desta lógica. Malha cerrada que aparece
com toda força do que ela pode instrumentalizar. De repente, nos damos conta de
que alguma coisa aconteceu. A folha de caderno não funciona como deveria. São,
por exemplo, poucas linhas que se romperam ficando penduradas, como uma
armadilha virtual para escritura. Em outro desenho, aparecem linhas que
quebraram e foram emendadas por um pequeno nó. À lógica do poder deste espaço
marcado para a escritura, o artista impõe outra lógica. São páginas de caderno
que jamais serão escritas. A totalidade de seu espaço está comprometida pela
disfunção de uma de suas partes. As linhas rompidas quebram a lógica que as
regulava. Jamais serão escritas, porque, além disso, apresentam-se deslocadas de
seu contexto habitual, resguardadas pelo novo estatuto que possuem – o estatuto
de arte."

Fernando Cocchiarale.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Leonardo Sonnoli


Wolfgang Weingart, 2000
98x68cm. offset
Poster designed in occasion of the lecture of Wolfgang Weingart organised by Leonardo Sonnoli and Pierpaolo Vetta. It was the occasion for the first presentation of his book “My way to typography”.
The “W” as three dimensional impossible object remind not only the double W of his name and surname, but mainly to the always revolutionary approach to typography of Weingart.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Leão

Turquia, séc. XIX (pintura mural dervixe)
As letras no corpo do tigre perfazem uma inscrição que significa, em parte: "Em nome do leão de Deus, do vitorioso Ali, o filho de Ebu Talet" (T.K. Birge, The Bektashi Order of Dervishes, London, 1952, referido por Berjouhi Bowler em The Word as image, Londres, Studio Vista Ltd., 1970). O desenho acima foi usado por Augusto de Campos para ilustrar sua intradução de O TYGRE de William Blake.




Bismila (verso de abertura do Corão) em forma de leão

Caligrafia em forma de tigre

Ahmed-Hilmi, Turquia, 1913



sábado, 5 de setembro de 2009

Vileneuve

Pietá
Na Pietá de Villeneuve-lès-Avignon, São João, a Virgem e Madalena são imediatamente identificados em seus papéis na cena, mesmo pelos cristãos menos instruídos, pois seus nomes estão escritos em suas auréolas; por outro lado, nós não reconhecemos o doador, e nenhum texto nos tira da ignorância. Quanto ao Cristo, ele não tem senão uma auréola de raios sem nenhuma letra. As palavras:

“Johannes Evangelista
Virgo Mater
Maria Magdalena”

não são pintadas, a bem dizer, mas gravadas sobre o fundo de ouro e difíceis de decifrar à primeira vista; não é senão lentamente, com a luminosidade, que lemos letra por letra. Elas não estão ali para permitir que identifiquemos os personagens, mas para nos obrigar a pronunciá-las respeitosamente o mais freqüentemente possível. Elas não se tornam legíveis a não ser com certa demora; elas nos obrigam a prestar atenção. Encontramo-nos diante do mesmo fenômeno ao nos depararmos com a espantosa ortografia das inscrições nas tumbas egípcias, destinadas a provocar a pronúncia efetiva do nome do morto. Conhecemos o papel das deformações ortográficas na publicidade moderna.

A disposição circular ao redor de cada cabeça participa dessa desaceleração, esse retardamento da leitura, certas letras se encontram em posição invertida, mas sobretudo a tela é de certa maneira orientada por cinco círculos dourados: as três auréolas, o nimbo de Cristo, e essa estrela como uma jóia no manto da Virgem, stella matutina.

O fundo dourado é o céu sobre o qual se inscreve eternamente os nomes dos personagens sagrados; a estrela matutina, atravessando a cobertura corporal da Virgem acima do horizonte é o anúncio da descida do céu sobre a terra, que vemos realizada no corpo do Cristo morto, de quem a cabeça irradia abaixo da linha do horizonte.

A ausência de um nome nesse nimbo se revela tão importante quanto sua presença nos outros: por sua ignorância, ele nos fará esperar a ressurreição para se desenvolver inteiro.

Irradiação dourada que nos revela os nomes dos outros como irradiação de sua cabeça: intimamente, indefinidamente, a partir de sua entrada no céu, eles pronunciam seu nome no concerto de anjos, é a essa pronúncia que associamos o deciframento.

Na auréola central “Virgo” e “Mater” se equilibram. “Mater” é legível quando estamos do lado de São João; com efeito, o Cristo disse no Gólgota: “Eis tua mãe”. “Virgo” é legível do lado de Madalena. João dá eternamente à Virgem o nome de mãe, a pecadora celebra eternamente a mãe de Deus ao dar-lhe o nome de virgem; os raios de leitura se cruzam nesse círculo.

O prenome “Maria”, que se aplica tanto à cortesã de Magdala quanto à mãe de Jesus, está inscrito do lado desta; a palavra “evangelista” olha o crucificado. Mas não esgotamos a sonoridade de uma tela. Toda a parte de ouro celeste está enquadrada por uma longa inscrição em caracteres tão pequenos que são lidos ainda mais lentamente:

“O vos omnes qui transitis per viam attendite et videte si est dolor sicut dolor meus”,
“Ó vós que passais pelo caminho, olhai e vede se há dor comparável à minha dor!”;

Tratam-se das palavras atribuídas pela liturgia católica à Virgem nos ofícios das sextas e sábados santos:

de modo crescente à esquerda, interrompe a passagem pela rota habitualmente horizontal de nossa leitura, pois aqui nosso itinerário figurado, nossa distração, com as palavras “attendite et videte” que nos detém, depois descendo pela direita para nos encontrarmos com a encarnação dessa dor, cilada piedosa.
(trecho de As Palavras na Pintura, de Michel Butor, traduzido por Amir Brito)

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Ivald Granato

Art-Performance, 1964-1978


Acima, páginas do livro Art-Performance 1964/1978, reeditado recentemente pela JJ Carol. O livro pode ser visto no site do Granato. O site tem imagens de outros livros dele.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Um livro de caligrafias russas








O livro de Leonid Pronenko está disponível (completo) em formato PDF no site da Operina. Tem outros e-books gratuitos com o tema caligrafia.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Paulo Bruscky








Bruscky Invent's
Este é o livro completo, 4 páginas em xerox, incluindo a capa, grampeados. A câmera para filmar sonhos é o meu predileto.